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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Eco da Palavra – XV Dom. do Tempo Comum (10/07/2011) – Mt 13,1-23

Neste domingo, é quase desnecessário fazer a homilia, pois o próprio Senhor Jesus conta a parábola do semeador e a explica logo em seguida. Contudo, vivemos numa sociedade que a cada dia se torna mais impermeável à semente da Palavra. Por isso, colocamo-nos a refletir sobre o que Jesus nos disse não para compreendê-la apenas, mas para que ela alcance a profundidade da nossa existência, germine em nossa vida e nos faça produzir as flores e os frutos cuja potencialidade traz a semente.

Quando olhamos para a nossa vida, examinando-a, e percebemos que não estamos produzindo os frutos esperados ou, se produzimos, eles não perduram, não chegam á maturidade, temos que questionar a terra que temos sido para a semente da Palavra de Deus que, sabemos de antemão, é boa, pois o profeta Isaías nos garantiu: “Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (55,10-11).
É preciso então nos perguntar: Que terra temos sido? Temos nos deixado arar pelo Senhor da messe? Ou temos nos deixado transformar em terreno impermeável, impenetrável à Palavra de Deus?
A Palavra de Deus quer nos formar e transformar, mas para isso, o Deus que nos criou sem nós, mas não nos salvará sem nós (cf. Sto. Agostinho) precisa da nossa participação e mais do que isso, do nosso empenho em nos deixar formar e transformar pela Palavra.
É nossa tarefa ouvir e escutar a Palavra quer seja na celebração eucarística dominical e mesmo diária, nos setores missionários ou círculos bíblicos, quer seja na nossa oração pessoal diária. Ouvir e escutar como Maria de quem se diz no evangelho: “ela guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc 1,51).
Se deixarmos a Palavra entrar em nossa vida e nela permanecer seremos por ela formados e transformados. Ela nos moldará à vontade de Deus, ao projeto de Jesus e assim seremos verdadeiramente seus discípulos missionários.
Aqui em nossa Diocese da Campanha/MG, estamos vivendo as SMP (Santas Missões Populares) e em todas as paróquias e comunidades o povo está estudando o evangelho do ano (neste, o evangelho de Mateus) nos círculos bíblicos, setores missionários, grupos de família etc. Muitos têm reclamado que o subsídio tem muitas perguntas e pouco texto pra ler, além do texto mesmo do evangelho. E muitos outros têm preferido rezar o terço a aprofundar o conhecimento do Evangelho. Não querem se deixar formar pela Palavra de Deus. Nada contra o terço. É uma devoção lindíssima, mas que cabe em outra hora.
Tenho respondido que as perguntas são as grades do arado a preparar a terra do nosso coração para que a Palavra de Deus entre nele e faça ali sua morada. Não podemos nos conformar com a superficialidade, precisamos nos empenhar a nós mesmos no nosso encontro com a Palavra e com os irmãos e fazermos todo o esforço de nos deixar formar pela Palavra, para que esta semente germine em nós e produza os frutos esperados por Deus.

2 comentários:

  1. "A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender."

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  2. Bem oportunas as palavras sobre o estudo do evangelho de São Mateus que vamos iniciar nos setores missionários! Que todos os participantes saibam deixar seus corações abertos à Palavra que fecunda e modifica nossa vidas!

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