No mistério da Encarnação do Filho de Deus há a participação de uma
jovem de Nazaré: Maria. Não podemos separar Maria de Jesus, a Mãe do Filho. «O
que a fé católica crê, a respeito de Maria, funda-se no que crê a respeito de
Cristo. Mas o que a mesma fé ensina sobre Maria esclarece, por sua vez, a sua
fé em Cristo» — refere o Catecismo da Igreja Católica (n. 487). No «Credo»
proclamamos que Jesus «encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria».
O grande acontecimento da Encarnação do Filho tem origem no Pai e concretiza-se
pela ação do Espírito Santo «no seio da Virgem Maria».
Para ajudar a compreender melhor, ler:
- Lucas 2, 1-20;
- Catecismo da Igreja Católica, números 487 a 511
«Completaram-se
os dias de ela dar à luz e teve o seu filho» — eis o culminar do mistério da Encarnação
concretizado no nascimento. No relato do evangelista Lucas, estando em Belém,
Maria deu à luz o seu filho, a quem será posto o nome de Jesus. Podemos dizer
que a vinda de Deus ao nosso mundo através de Jesus, um ser humano, um ser de
carne e osso, é o resultado natural da forma como se desenrola toda a História
da Criação e da Salvação. Deus quis precisar da colaboração livre da jovem de
Nazaré, Maria. Através do seu «sim» descrito na «Anunciação», tem início a
geração do Filho de Deus «no seio da Virgem Maria».
No seio (maternidade)
A maternidade de Maria é a garantia do nascimento de Jesus como ser
humano. Ele é dado à luz por uma mulher. «Quando chegou a plenitude do tempo,
Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» (Gl 4,4). O mistério da Encarnação
está intimamente ligado à maternidade de Maria. Nas discussões que se geraram
sobre a identidade de Jesus Cristo, a Igreja proclama também a maternidade
divina de Maria. Não existem dois Jesus Cristo (um humano e outro divino). «Jesus,
nascido de Maria, é plenamente homem e plenamente Deus, sem confusão nem
divisão, como especificará o Credo de Calcedônia no ano 451» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré.
Prólogo — A infância de Jesus», 48). A
união, em Jesus Cristo, do humano e do divino acontece «no seio da Virgem
Maria». Por isso, Maria é «Mãe de Deus», é mãe daquele que assume em
si a natureza humana e divina. Entre a muita bibliografia sobre este assunto,
tomamos a reflexão do Papa João Paulo II: «Quando o Concílio de Éfeso
aplicou a Maria o título de ‘Theotokos’, Mãe de Deus, a intenção dos Padres do
Concílio era garantir a verdade do mistério da Encarnação. Queriam afirmar a
unidade pessoal de Cristo, Deus e Homem, uma unidade de tal forma única que a
maternidade de Maria em relação a Jesus era, por isso mesmo, maternidade em
relação com o Filho de Deus. Maria é ‘Mãe de Deus’ porque o seu Filho é Deus;
embora seja mãe só na ordem da geração humana, dado que o Menino, que ela
concebeu e deu à luz, é Deus, deve ser chamada ‘Mãe de Deus’. A afirmação da
maternidade divina ilumina-nos sobre o sentido da Encarnação. Demonstra que o
Verbo, Pessoa divina, se tornou humano: fez-se homem graças à participação de
uma mulher na obra do Espírito Santo. Uma mulher foi associada de forma
singular ao mistério da vinda do Salvador ao mundo. [...] Graças a Maria, Ele
tem um verdadeiro nascimento e a sua vida na terra começa de maneira semelhante
à de todos os outros humanos. Com a sua maternidade, Maria permite ao Filho de
Deus ter — depois da concepção extraordinária pela ação do Espírito Santo — um
desenvolvimento e uma inserção normal na sociedade humana» (Audiência Geral de 4 de
janeiro de 1984).
Virgem Maria
A maternidade de Maria é excepcional na concepção e no parto. Em ambos,
Maria permanece «virgem». Muito se tem escrito, não faltando opiniões a favor e
contra a virgindade de Maria (antes e depois do parto). Trata-se de uma
realidade de difícil compreensão para a nossa inteligência. Mas não quer dizer
que seja falso! Deus que criou o mundo não pode realizar tal milagre? «A
concepção e o nascimento de Jesus da Virgem Maria são elementos fundamentais da
nossa fé e um luminoso sinal de esperança» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré.
Prólogo — A infância de Jesus», 52).
Em resumo podemos dizer: «A virgindade de Maria manifesta ‘a
iniciativa absoluta de Deus na Encarnação’. A maternidade manifesta a fiel
participação de Maria na obra do Espírito Santo. [...] Juntos, virgindade e
maternidade, manifestam aquilo que a Igreja e cada cristão devem ser:
anunciadores e portadores de Cristo» (Rui Alberto, «Eu creio, Nós
cremos. Encontros sobre os fundamentos da fé», 107).
(adaptado do www.laboratoriodafe.net)
(adaptado do www.laboratoriodafe.net)
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