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sábado, 11 de maio de 2013

Esta é a nossa fé — 18 — No seio da Virgem Maria



No mistério da Encarnação do Filho de Deus há a participação de uma jovem de Nazaré: Maria. Não podemos separar Maria de Jesus, a Mãe do Filho. «O que a fé católica crê, a respeito de Maria, funda-se no que crê a respeito de Cristo. Mas o que a mesma fé ensina sobre Maria esclarece, por sua vez, a sua fé em Cristo» — refere o Catecismo da Igreja Católica (n. 487). No «Credo» proclamamos que Jesus «encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria». O grande acontecimento da Encarnação do Filho tem origem no Pai e concretiza-se pela ação do Espírito Santo «no seio da Virgem Maria».
Para ajudar a compreender melhor, ler:
- Lucas 2, 1-20;
- Catecismo da Igreja Católica, números 487 a 511

«Completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho» — eis o culminar do mistério da Encarnação concretizado no nascimento. No relato do evangelista Lucas, estando em Belém, Maria deu à luz o seu filho, a quem será posto o nome de Jesus. Podemos dizer que a vinda de Deus ao nosso mundo através de Jesus, um ser humano, um ser de carne e osso, é o resultado natural da forma como se desenrola toda a História da Criação e da Salvação. Deus quis precisar da colaboração livre da jovem de Nazaré, Maria. Através do seu «sim» descrito na «Anunciação», tem início a geração do Filho de Deus «no seio da Virgem Maria».
  
No seio (maternidade)
A maternidade de Maria é a garantia do nascimento de Jesus como ser humano. Ele é dado à luz por uma mulher. «Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» (Gl 4,4). O mistério da Encarnação está intimamente ligado à maternidade de Maria. Nas discussões que se geraram sobre a identidade de Jesus Cristo, a Igreja proclama também a maternidade divina de Maria. Não existem dois Jesus Cristo (um humano e outro divino). «Jesus, nascido de Maria, é plenamente homem e plenamente Deus, sem confusão nem divisão, como especificará o Credo de Calcedônia no ano 451» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus», 48). A união, em Jesus Cristo, do humano e do divino acontece «no seio da Virgem Maria». Por isso, Maria é «Mãe de Deus», é mãe daquele que assume em si a natureza humana e divina. Entre a muita bibliografia sobre este assunto, tomamos a reflexão do Papa João Paulo II: «Quando o Concílio de Éfeso aplicou a Maria o título de ‘Theotokos’, Mãe de Deus, a intenção dos Padres do Concílio era garantir a verdade do mistério da Encarnação. Queriam afirmar a unidade pessoal de Cristo, Deus e Homem, uma unidade de tal forma única que a maternidade de Maria em relação a Jesus era, por isso mesmo, maternidade em relação com o Filho de Deus. Maria é ‘Mãe de Deus’ porque o seu Filho é Deus; embora seja mãe só na ordem da geração humana, dado que o Menino, que ela concebeu e deu à luz, é Deus, deve ser chamada ‘Mãe de Deus’. A afirmação da maternidade divina ilumina-nos sobre o sentido da Encarnação. Demonstra que o Verbo, Pessoa divina, se tornou humano: fez-se homem graças à participação de uma mulher na obra do Espírito Santo. Uma mulher foi associada de forma singular ao mistério da vinda do Salvador ao mundo. [...] Graças a Maria, Ele tem um verdadeiro nascimento e a sua vida na terra começa de maneira semelhante à de todos os outros humanos. Com a sua maternidade, Maria permite ao Filho de Deus ter — depois da concepção extraordinária pela ação do Espírito Santo — um desenvolvimento e uma inserção normal na sociedade humana» (Audiência Geral de 4 de janeiro de 1984).

Virgem Maria
A maternidade de Maria é excepcional na concepção e no parto. Em ambos, Maria permanece «virgem». Muito se tem escrito, não faltando opiniões a favor e contra a virgindade de Maria (antes e depois do parto). Trata-se de uma realidade de difícil compreensão para a nossa inteligência. Mas não quer dizer que seja falso! Deus que criou o mundo não pode realizar tal milagre? «A concepção e o nascimento de Jesus da Virgem Maria são elementos fundamentais da nossa fé e um luminoso sinal de esperança» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus», 52).

Em resumo podemos dizer: «A virgindade de Maria manifesta ‘a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação’. A maternidade manifesta a fiel participação de Maria na obra do Espírito Santo. [...] Juntos, virgindade e maternidade, manifestam aquilo que a Igreja e cada cristão devem ser: anunciadores e portadores de Cristo» (Rui Alberto, «Eu creio, Nós cremos. Encontros sobre os fundamentos da fé», 107).

(adaptado do www.laboratoriodafe.net)

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