Neste domingo, 06/11, celebramos a Solenidade de Todos os Santos. Esta solenidade tem sua data no dia 1º/11, mas por não ser feriado no Brasil, e por isso muitos estarem privados da participação na eucaristia, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pediu à Santa Sé para que, no Brasil, esta solenidade seja celebrada no Domingo seguinte ao dia 1º. Digo isso, para alertar os cristãos católicos para o risco que corremos, uma vez que tramitam no Judiciário e no Congresso Nacional iniciativas para acabar com todos os feriados religiosos, em nome do Estado Laico. É preciso manifestar aos nossos deputados federais e senadores da república o nosso descontentamento com tal iniciativa, doutro modo, poderemos ser culpados pelo fim de datas importantes como Natal, Corpus Christi, a Padroeira do Brasil, a Sexta-feira da Paixão e Finados.
Vamos agora à liturgia desta solenidade.
Em primeiro lugar, celebrar todos os santos não é apenas juntar num só dia todos os santos da nossa devoção (Santo Antônio, São Francisco, Santa Teresinha etc). É muito mais. Há muitos santos que não foram e nem serão canonizados pela Igreja, e assim propostos como modelo de vida cristã e intercessores nossos. Nós mesmos convivemos com muitas pessoas que se esforçaram na vida pela busca da comunhão com Deus e agora, tendo já partido para a eternidade no céu, acreditamos, vivem essa comunhão em plenitude. A festa que celebramos é de todos estes, que tendo “vindo da grande tribulação, lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). Ou seja, santos, em última análise, são todos aqueles que alcançaram a glória celeste, chegaram á plena comunhão com Deus.
Essa é a primeira dimensão da solenidade de todos os santos: celebrar a “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7,9) dos santos.
A segunda é a nossa vocação à santidade.
Todos nós, batizados, somos vocacionados, chamados pessoalmente à comunhão com Deus. Comunhão que nesta vida terrena é esforço, busca, caminho a ser percorrido, e só será realização plena na eternidade, na multidão dos santos que hoje celebramos. Contudo, ninguém pode eximir-se dessa tarefa: a busca da santidade, o empenho de uma vida santa. Porém, tudo isso pode nos parecer pieguice. Mas, não é. Talvez seja necessário precisar o que seja a santidade. E é, precisamente, por isso que ouvimos as bem-aventuranças (Mt 5,1-12).
As bem-aventuranças são um resumo que São Mateus (mas, também São Lucas, de outra maneira) faz em seu evangelho de todo o ensinamento de Jesus. É como o professor que, depois de explicar detalhadamente a matéria, recapitula tudo e resume em alguns pontos aquilo que é essencial e não pode se esquecido ou omitido na hora do exame. Assim, as bem-aventuranças são o resumo do evangelho, da boa nova de Jesus, daquilo que ele nos ensinou e espera que vivamos, colocando em prática. E é isso ser santos: viver a busca da comunhão plena com Deus, levando a sério os ensinamentos de Jesus.
Mas, se quisermos ainda ser mais práticos e objetivos, podemos resumir ainda mais, pois a primeira bem-aventurança é a chave de todas as outras. “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3). O que é ser pobre em espírito? A palavra grega usada originalmente pelo evangelho deriva do verbo “agachar”, ou seja, pobre é aquele que agacha por causa de sua situação e estende sua mão vazia a quem nada lhe deve, mas pode agir com benevolência a seu favor. Poderíamos traduzir por “mendigo”. É essa atitude que devemos ter diante de Deus: reconhecer nossa pequenez e estender nossas mãos vazias àquEle que nada nos deve, mas é misericordioso e age com benevolência a nosso favor; é colocarmo-nos nas mãos da providência divina, reconhecendo-nos “mendigos” dos favores divinos.
Está aí um caminho de santificação. E ele foi utilizado por muitos que chegaram a bom termo: São Francisco, Santa Clara, Santa Terezinha, São Bento e tantos outros. Que tal também nós fazermos este esforço e trilhar este caminho?
Parabéns Pe. Jean! Foi lindíssima a Solenidade de todos os Santos e a Celebração Eucarística de Oblação e 75 anos das Irmãs Beneditinas da Divina Providência. Fiquei muito feliz em poder participar deste momento balsâmico para o nosso ser.
ResponderExcluirContinue com esta dedicação e determinação, cuidando com todo este carinho de seu rebanho.
Obrigada por ser nosso Pároco.
Jacqueline Sant Ana Kraus
Pe Jean, nossa adorei o blog, não o conhecia, achei incrivel, pois aqui nos ajuda a refletir e a entender de uma maneira simples e objetiva o que nos diz a palavra, que mtas vezes não a compreendemos, mas aqui o senhor coloca de uma forma tão simples, que é impossivel não entender o que Jesus tem pra nós. Muito obrigada por compartilhar conosco esse momento.
ResponderExcluirAbraços
Elaine do Cézar