“A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social baseado inteiramente no vínculo espiritual, mas concreto, com Cristo. Como diz o apóstolo Paulo: "Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão" (1 Cor 10,17). Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. A Eucaristia é, de fato, o que torna uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo; também transforma todos os que o recebem com fé em membros do Corpo de Cristo, para que a Igreja seja verdadeiramente um sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles.
Um dos ícones mais belos que, desde os primeiros séculos da Igreja, representou o Senhor Jesus é o do Bom Pastor. A atitude do rebanho com relação ao Bom Pastor é apresentada por S. João, com dois verbos que designam as características fundamentais daqueles que vivem o seguimento de Cristo: ESCUTAR e SEGUIR. Este blog é uma modesta colaboração, uma partilha, para quem deseja escutar e seguir o Bom Pastor.
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segunda-feira, 27 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Escola de Oração: VI – A oração de Elias e o fogo de Deus
Na história religiosa do antigo Israel, os profetas tiveram grande relevância, com seus ensinamentos e sua pregação. Entre eles, surge a figura de Elias, suscitado por Deus para levar o povo à conversão. Seu nome significa “o Senhor é meu Deus” e é de acordo com este nome que se desenvolve toda a sua vida, consagrada inteiramente a provocar no povo o reconhecimento do Senhor como único Deus. De Elias o Eclesiástico diz: “O profeta Elias surgiu como o fogo, e sua palavra queimava como tocha” (Eclo 48,1). Com esta chama, Israel volta a encontrar seu caminho rumo a Deus. Em seu ministério, Elias reza: invoca o Senhor para que devolva a vida ao filho de uma viúva que o havia hospedado (cf. 1Rs 17,17-24), grita a Deus seu cansaço e sua angústia, enquanto foge pelo deserto, jurado de morte pela rainha Jezabel (cf. 1Rs 19,1-4), mas sobretudo no monte Carmelo, onde se mostra todo o seu poder de intercessor, quando, diante de todo Israel, reza ao Senhor para que se manifeste e converta o coração do povo. É o episódio narrado no capítulo 18 do Primeiro Livro dos Reis, no qual hoje nos deteremos.
O sincretismo de Israel
Encontramo-nos no reino do Norte, no século IX antes de Cristo, em tempos do rei Acab, em um momento em que Israel havia se criado uma situação de aberto sincretismo. Junto ao Senhor, o povo adorava Baal, o ídolo tranquilizador de quem se acreditava que vinha o dom da chuva e a quem, por isso, se atribuía o poder de dar fertilidade aos campos e vida aos homens e às bestas. Ainda pretendendo seguir o Senhor, Deus invisível e misterioso, o povo buscava segurança também em um deus compreensível e previsível, de quem acreditava poder obter fecundidade e prosperidade em troca de sacrifícios. Israel estava cedendo à sedução da idolatria, a contínua tentação do crente, figurando-se poder “servir a dois senhores” (cf. Mt 6,24; Lc 16,13) e de facilitar os caminhos inescrutáveis da fé no Onipotente, colocando sua confiança também em um deus impotente feito por homens.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Escola de Oração: V - O perdão que renova e transforma – Bento XVI – Catequese do dia 1º/06/2011
Lendo o Antigo Testamento, uma figura se destaca entre as demais: a de Moisés, como homem de oração. Moisés, o grande profeta e guia na época do êxodo, exerceu sua função de mediador entre Deus e Israel, tornando-se portador, com relação ao povo, das palavras e mandatos divinos, conduzindo-o rumo à liberdade da Terra Prometida, ensinando os israelitas a viverem na obediência e na confiança a Deus, durante a longa estadia no deserto, mas também, sobretudo, rezando. Ele reza pelo Faraó quando Deus, com as pragas, tentava converter o coração dos egípcios (cf. Ex 8-10); pede ao Senhor a cura da irmã Maria, enferma de lepra (cf. Nm 12,9-13); intercede pelo povo que havia se rebelado, aterrorizado pelo informe dos exploradores (cf. Nm 14,1-19); reza quando o fogo estava devorando o acampamento (cf. Nm 11,1-2) e quando serpentes venenosas estavam fazendo um massacre (cf. Nm 21,4-9); dirige-se ao Senhor e reage protestando quando o peso da sua missão se tornou muito grande (cf. Nm 11,10-15); vê Deus e fala com ele "face a face", como se fala com um amigo (cf. Ex 24,9-17; 33,7-23; 34,1-10.28-35).
quinta-feira, 9 de junho de 2011
A responsabilidade da Família Cristã - Bento XVI
“... As nações de sólida tradição cristã têm uma especial responsabilidade na defesa e promoção do valor da família fundada no matrimônio, que é, portanto, decisiva, tanto no âmbito educativo como no social. (...) Em nossos dias, enquanto infelizmente se constata a multiplicação das separações e dos divórcios, a fidelidade dos cônjuges se tornou em si um testemunho significativo do amor de Cristo, que permite viver o matrimônio para o que é, ou seja, a união de um homem e de uma mulher que, com a graça de Cristo, se amam e se ajudam durante a vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. A primeira educação na fé consiste exatamente no testemunho desta fidelidade ao pacto conjugal; dela, os filhos aprendem sem palavras que Deus é amor fiel, paciente, respeitoso e generoso. A fé no Deus que é Amor se transmite antes de tudo com o testemunho de uma fidelidade ao amor conjugal, que se traduz naturalmente em amor pelos filhos, fruto desta união. Mas esta fidelidade não é possível sem a graça de Deus, sem o apoio da fé e do Espírito Santo. Este é o motivo pelo qual Nossa Senhora não deixa de interceder diante do seu Filho, para que – como nas bodas de Caná – renove continuamente nos cônjuges o dom do “vinho bom”, isto é, da sua Graça, que permite viver em “uma só carne”, nas diversas idades e situações da vida”.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Escola de Oração: IV – A luta de Jacó – Bento XVI – Catequese do dia 25/05/2011
Hoje, eu gostaria de refletir convosco sobre um texto do Livro do Gênesis que narra um episódio um pouco especial da história do patriarca Jacó. É um fragmento de difícil interpretação, mas importante na nossa vida de fé e de oração: trata-se do relato da luta com Deus na passagem de Jaboc.
Jacó e sua astúcia
Como recordareis, Jacó tinha tirado do seu irmão Esaú a primogenitura, em troca de um prato de lentilhas, e depois recebeu de maneira enganosa a bênção do seu pai Isaac, que nesse momento era muito idoso, aproveitando-se da sua cegueira. Fugindo da ira de Esaú, refugiou-se na casa de um parente, Labão; tinha se casado, havia enriquecido e voltava à sua terra natal, disposto a enfrentar o seu irmão, depois de ter tomado algumas prudentes medidas. Mas quando tudo está preparado para este encontro, depois de ter feito que os que estavam com ele atravessassem a passagem que delimitava o território de Esaú, Jacó fica sozinho e é agredido por um desconhecido, com quem luta a noite inteira. Esta luta corpo a corpo – que encontramos no capítulo 32 do Livro do Gênesis – se converte para ele em uma singular experiência de Deus.
Eco da Palavra – Ascensão do Senhor (05/06/2011) – Mt 28,16-20
Há duas fontes que o pregador na liturgia não pode deixar de visitar e delas beber para alimentar a sua pregação. A primeira é a própria Palavra de Deus ouvida, meditada e atualizada por ele para a assembléia. A segunda são os textos eucológicos (oração da coleta, oração sobre as oferendas, prefácio e oração pós-comunhão). Esses textos são, geralmente, antigos e expressão o modo como a Igreja recebeu, ao longo dos séculos, o anúncio daquela Palavra que é a primeira fonte.
Os textos eucológicos da missa da Ascensão do Senhor nos levam a compreender que o ciclo salvífico iniciado com o Mistério da Encarnação, quando o Verbo eterno, sendo unicamente Deus, desceu de junto do Pai e pelo Espírito encarnou-se no seio da Virgem Maria, fazendo-se homem, foi agora concluído.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Na calada das noites
As noites que emolduram o dia 24 de maio de 2011 jamais deveriam ser esquecidas. Deveriam ficar gravadas na história do país que herdou o seu nome de uma árvore em franca extinção. Contudo, se nós esquecermos, o planeta não se esquecerá, pois serão as gerações futuras a sofrer as mais trágicas consequências das artimanhas desencadeadas nestas duas noites.
Na primeira, nas primeiras horas do dia 24 de maio de 2011, armavam-se em Ipixuna/PA uma tocaia, numa estrada de terra por onde, ao raiar do dia, deveriam passar José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva.
O casal de líderes camponeses integrava o projeto de assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, criado em 1997 para trabalhar especialmente com produtores de castanha de maneira sustentável, sem agredir a floresta, mãe-nutriz do povo amazônico. Praialta-Piranheira é onde existe uma das últimas reservas de castanha-do-pará. Essa reserva, em razão da grande riqueza em madeira, era alvo de cobiça de madeireiros e grileiros.
José Cláudio, líder da associação de camponeses da região, tornou-se conhecido por denunciar a ação de madeireiros ilegais na floresta amazônica.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Catequese é iniciação à vida cristã
Catequizar é conduzir pessoas e comunidades bem situadas histórica e culturalmente a responder o que é ser cristão hoje, numa linguagem significativa, a partir de Jesus Cristo e das primeiras respostas formuladas no Novo Testamento e, mais tarde, nos Símbolos da Fé (Credos). É iniciação gradual à vida de uma comunidade chamada a “viver pelo Espírito de Cristo, o Filho de Deus”, o que significa afirmar que Outro ser dentro de nós está vivendo a nossa vida, dando-lhe um sentido que transcende todas as aspirações humanas, através dele olhamos o mundo e nele o mundo nos é oferecido e confiado como tarefa e missão.
Objetivo último da catequese é preparar a “experiência”, sempre pessoal e singular, embora sempre no seio de uma comunidade evangelizadora, do encontro com Deus em Jesus Cristo.
Iniciar à vida na comunidade cristã é iniciar a uma vida de relação íntima com o Mistério do próprio Deus revelado em Jesus Cristo, que abre novas formas de relacionamento com o irmão e com o mundo. Essa é a força e o atrativo da Palavra que deve ressoar nas palavras da catequese, palavras que giram sempre em torno à evocação da memória de Jesus. Essa força, que é o sopro do Espírito, lembrando e atualizando as palavras de Jesus, levou muitos dos iniciados na vida guiada pelo Espírito de Cristo a enfrentar corajosamente a perseguição e a morte, para não perder uma vida, que ao revelar-se como vida de Deus no coração humano, revela-se como vida eterna.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Escola de Oração: III – A oração intercessora de Abraão – Bento XVI – Catequese do dia 18/05/2011
Nas duas últimas catequeses, refletimos sobre a oração como fenômeno universal, que - inclusive de diversas formas - está presente nas culturas de todas as épocas. Hoje, no entanto, eu gostaria de começar um percurso bíblico sobre este tema, que nos conduzirá a aprofundar no diálogo de aliança entre Deus e o homem, presente na história da salvação, até o seu cume, a Palavra definitiva que é Jesus Cristo. Este caminho nos fará deter-nos em alguns textos importantes e figuras paradigmáticas do Antigo e do Novo Testamentos.
A Bíblia, história da relação entre Deus e o homem
Será Abraão, o grande patriarca, pai de todos os crentes (cf. Rm 4,11-12.16-17), quem nos oferecerá o primeiro exemplo de oração, no episódio de intercessão pela cidade de Sodoma e Gomorra. E eu gostaria de vos convidar a aproveitar este percurso que faremos nas próximas catequeses para aprender a conhecer melhor a Bíblia, que espero que tenhais em vossas casas; e, durante a semana, podeis lê-la e meditá-la na oração, para conhecer a maravilhosa história da relação entre Deus e o homem, entre o Deus que se comunica conosco e o homem que responde, que reza.
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