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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Esta é a nossa fé — 8 — Filho Unigênito de Deus



No «Credo» proclamamos que o ser humano Jesus, que nasceu e viveu num momento histórico documentado, é o próprio Filho de Deus. Estamos refletindo (às vezes repetindo) sobre a identidade divina de Jesus Cristo. Esta repetição patente no texto do «Credo» é consequência das discussões que marcaram — e porventura ainda marcam — a história da nossa fé cristã.
Para ajudar a compreender melhor, leia:
- João 3, 16-21;
- Catecismo da Igreja Católica, números 441 a 445
«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigênito, a fim de que todo o que nele crê não se pereça, mas tenha a vida eterna» — esta afirmação de Jesus no diálogo com Nicodemos destaca um tema muito presente no evangelho segundo João: o carácter universal da obra salvadora realizada por Jesus Cristo. O ponto de partida é o amor de Deus pelos seres humanos. Perante esta lógica divina, o ser humano pode acolher ou recusar o amor de Deus Pai, que se revela na Pessoa do Filho, Jesus Cristo. Aqueles que acolhem pela fé este amor divino encontram o que ninguém pode alcançar pelas suas próprias forças: a vida eterna, isto é, a vida em Deus. E recebem o «poder de se tornarem filhos de Deus» (João 1, 12). Diz o Papa Bento XVI: «A nossa verdadeira ‘genealogia’ é a fé em Jesus, que nos dá uma nova proveniência, nos faz ‘nascer de Deus’» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus»).

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Esta é a nossa fé — 7 — Creio em um só Senhor, Jesus Cristo



O segundo artigo do «Credo» é dedicado a Jesus Cristo, a segunda Pessoa de Deus (Uno e Trino). «Jesus Cristo é o Senhor» é uma afirmação de fé comum aos primeiros cristãos. É também a afirmação inicial sobre Jesus Cristo presente no «Credo», como vamos acolher no tema desta semana.
Para ajudar a compreender melhor, leia:
- João 13, 3-15;
- Catecismo da Igreja Católica, números 422 a 440 e 446 a 455

«Vós chamais-me ‘o Mestre’ e ‘o Senhor’, e dizeis bem, porque o sou» — ao dizer isto, o próprio Jesus mostra aos Apóstolos qual é o seu senhorio, através do gesto de lhes lavar os pés. Na cultura daquele tempo e lugar, ser o «Mestre e o Senhor» equivalia a dizer que era aquele que tinha o controlo, o domínio sobre todos os outros, a total autoridade para tomar uma decisão. O «senhor» designava o dono dos servos e dos escravos. Em maiúscula, os romanos utilizavam-no para se referirem ao Imperador. Os judeus atribuíam este título a Deus. Ora, no texto joanino, Jesus revela algo de «escandaloso». Ao contrário das regras sociais, o que é designado como «Senhor» é o que se ajoelha para lavar os pés aos servos. E é desta forma que Jesus Cristo se dá a conhecer como «Senhor», acrescentando: «Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros».